domingo, 3 de abril de 2011

Em uma entrevista para a versão online da Dazed & Confused, o arquiteto Jorge Ayala falava sobre moda e arquitetura, e uma das coisas mais legais que ele disse é que “Apesar de vê-las como práticas paralelas, há também uma grande diferença: os estilistas trabalham para um curto espaço de tempo, que muda a cada temporada, já os arquitetos tradicionalmente focam em uma obra que vai ficar conosco para sempre”. E não é a mais pura verdade? Enquanto construções duram quase que nossa vida toda (e às vezes bem mais, se pensarmos em quanto os franceses valorizam e conservam sua arquitetura, por exemplo), no nosso guarda roupa dificilmente temos peças que vamos querer usar daqui um ano (quem dirá décadas!). Assim como o trabalho de um arquiteto leva um tempão para ser pensado e feito, o trabalho de um designer de moda é suado e complicado, e muitas vezes têm de ser feito as pressas, pois nós consumidoras estamos louquinhas para comprar roupas novas ao invés de vivermos uma vida bem vivida com aquelas peças que já temos no armário. Mas já pensou que interessante seria passar a valorizar peças que vão continuar tendo o que dizer daqui um tempão, do que ter uma peça “tendência” nova há cada semana, mas que não vai dar vontade nenhuma de ver quando a onda passar? E além de construirmos um guarda-roupa com vida longa, estamos investindo em uma identidade visual sólida, e valorizando o tão suado trabalho dos estilistas e toda a sua equipe. É legal ter aquela peça que está em todas as revistas, ou aquele sapato que apareceu em todo site de street-style, afinal, moda também tem tudo a ver com novidade, mas ao invés de gastarmos todo nosso dinheiro só enchendo nosso closet com “tendências”, podíamos fazer delas nossos itens de decoração, e as roupas duradouras, as estruturas da nossa casa. Porque né, é muito mais legal ter um Niemeyer no armário, do que um monte de barracas de camping ;)

cama-de-rosas

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